Eu, Henrique Machado (de los Santos!), na minha primeira
tentativa de escrever uma resenha de show para o Troca o Disco. Eu não sou
redator, eu não sou jornalista, eu não sou nada, hahaha... apenas amante de
música e vou colocar aqui alguns pontos que achei interessantes sobre os shows.
Demorei alguns dias para escrever esse texto, mas creio que quem foi ao show do Explosions In The Sky nos dois, ou pelo menos em algum dos dias, ainda está sob efeito do que viu ali naquele palco.
Demorei alguns dias para escrever esse texto, mas creio que quem foi ao show do Explosions In The Sky nos dois, ou pelo menos em algum dos dias, ainda está sob efeito do que viu ali naquele palco.
Há muito anos que venho acompanhando o post-rock e, como fã
do estilo, costumo dizer que é o tipo de música que é “feito para a alma”.
Sempre quis ver — e sentir — o poder desse som ao vivo, do tapa na cara que
poderia ser. Se em casa, nos fones de ouvido, já é um soco no estômago, posso
dizer que ali, na sua frente, todo o peso que o som carrega chega a ser uma
overdose de adrenalina, de energia, de emoção.
Vale a pena ressaltar que o show só foi possível, por meio de um crowdfunding, realizado no site Queremos!, aonde as pessoas votam até atingir um número x de interessados, ajudando assim a financiar a vinda de determinada banda até a sua cidade. A banda viria para o Rio de Janeiro por intermédio do site, e os organizadores aproveitaram para nos presentear com uma turnê da banda, aqui em terras tupiniquins.
Vale a pena ressaltar que o show só foi possível, por meio de um crowdfunding, realizado no site Queremos!, aonde as pessoas votam até atingir um número x de interessados, ajudando assim a financiar a vinda de determinada banda até a sua cidade. A banda viria para o Rio de Janeiro por intermédio do site, e os organizadores aproveitaram para nos presentear com uma turnê da banda, aqui em terras tupiniquins.
Fiquei de vigília nos dois dias, na bilheteria, pois não tinha conseguido comprar os ingressos, que acabaram já no primeiro dia de venda. Graças ao sistema de devolução de ingressos que o Sesc oferece, consegui entrar nos dois dias, graças a duas pessoas que devolveram seus ingressos momentos antes da apresentação. Sou eternamente grato a vocês, estejam onde estiverem.
Os shows aconteceram na “Comedoria” do Sesc Belenzinho, e o único problema que posso apontar sobre a ótima organização do evento foi a não retirada das mesas que costumam ficar no local. Sem as mesas, certamente caberiam mais pessoas e, de qualquer forma, ninguém conseguiria enxergar o palco sentado, já que 99,9% das pessoas que estavam ali permaneceram em pé durante o show inteiro.
Finalmente a banda aparece no palco.
Munaf Rayani, líder e um dos guitarristas da banda, se
dirige até o microfone para o seu primeiro - e único - contato com o público
durante o show inteiro, com um português digno de um boliviano vendedor de muambas
da Galeria Pagé. "Boa noite. Desculpe, eu não falo português. É um sonho
estarmos tocando no Brasil. Nós somos o “Explosões no Céu”. Fechem os olhos, e
vamos sonhar", disse o guitarrista, segundos antes de se virar para seu
amplificador aguardando assim, a introdução da música.
As luzes se apagam e a viagem começa, assim como Munaf já havia anunciado. O público, meio sem entender, não sabia muito bem como reagir ao que estava acontecendo ali. Um dos pontos a se observar foi o silêncio que rolava até mesmo entre uma música e outra durante o show inteiro. Dava pra sentir a energia do público, como se fosse tátil, prendendo a respiração a cada acorde, a cada oscilação entre a calmaria e o caos, que o som que esses caras fazem sugere.
As luzes se apagam e a viagem começa, assim como Munaf já havia anunciado. O público, meio sem entender, não sabia muito bem como reagir ao que estava acontecendo ali. Um dos pontos a se observar foi o silêncio que rolava até mesmo entre uma música e outra durante o show inteiro. Dava pra sentir a energia do público, como se fosse tátil, prendendo a respiração a cada acorde, a cada oscilação entre a calmaria e o caos, que o som que esses caras fazem sugere.
E quando o caos vem, ele vem com força! A banda toca alto, e, quando a barulheira sobe, você se sente invadido, possuído, envolvido com o som, como se você também fizesse parte dele, como se você também estivesse vibrando nas mesmas frequências dos sons saindo dos amplificadores, que estavam ali gritando.
O entrosamento entre os membros da banda chama a atenção.
Eles não trocam olhares, nem com o público, nem entre eles. Como se estivessem em
transe cada um com o seu instrumento, contribuindo para a composição daquela
massa de energia maciça. Destaque para o próprio Munaf, que é um showman , chegando a ser quase teatral.
Marcando o tempo das músicas com uma "dancinha" na ponta dos pés o
show inteiro, Munaf, por alguns momentos, sacode a sua guitarra batendo com ela
no chão, como se ela estivesse fugindo dele, e pula com os dois pés, com toda a
força, nos seus pedais, não se importando em danificá-los. Levanta sua guitarra
para o alto, e faz como se ela estivesse sobrevoando o palco. O resto da banda,
apesar de expressar fisicamente sua empolgação nos momentos mais agitados das
músicas, balançando a cabeça, ou até mesmo batendo com as mãos em seus
instrumentos, não chega nem perto da empolgação de Munaf, que chegou a quebrar
um pandeiro “meia lua”, batendo com ele frenéticamente no chão do palco no
final da primeira apresentação. Vale a menção à equipe da luz e do som que não
fez feio, e à boa estrutura do Sesc Belenzinho, que fez a festa ficar ainda
mais bonita.
O set list do segundo dia foi ligeiramente modificado, sendo inseridas assim duas músicas no começo do show, o que com certeza fizeram toda a diferença para quem foi nos dois dias. Neste dia, o público parecia estar mais animado, e rolou uma interação maior com a banda — palmas marcavam o tempo das músicas e gritos mais efusivos podiam ser ouvidos em alguns momentos.
O set list do segundo dia foi ligeiramente modificado, sendo inseridas assim duas músicas no começo do show, o que com certeza fizeram toda a diferença para quem foi nos dois dias. Neste dia, o público parecia estar mais animado, e rolou uma interação maior com a banda — palmas marcavam o tempo das músicas e gritos mais efusivos podiam ser ouvidos em alguns momentos.
Eu pude ver não uma, mas três pessoas chorando ao meu redor, principalmente quando eles iniciaram os primeiros acordes de “Your Hand In Mine“, uma das músicas mais bonitas já compostas pela banda. E posso dizer que o nó vem na garganta mesmo, e pude constatar isso com amigos que também estavam no show e se sentiram tão emocionados quanto eu.
Dito isso, só me resta pontuar que esses dois shows foram
mais do que apresentações de uma banda de post-rock. Foi uma experiência. Principalmente
para nós brasileiros, que não estamos acostumados a ver esse tipo de música
sendo apresentado da maneira como foi. Uma banda desse porte, em uma casa
pequena, fazendo com que a proximidade dos músicos torne a experiência ainda
melhor, e mais intimista. Essa cena ainda tem muito o que crescer por aqui, e
eu espero realmente que, assim como o Explosions In The Sky, o Mogwai
também volte pra cá, e que com eles venham o Tortoise, o This Will
Destroy You, Godspeed You...Black Emperor, e que os organizadores
enxerguem o potencial que este estilo de música tem, e que abracem essa galera.
Hoje, 4 dias depois do show, ainda estou sem voz. E muito bem, obrigado!
Hoje, 4 dias depois do show, ainda estou sem voz. E muito bem, obrigado!
Cara... É isso.. É uma experiência!!!
ResponderExcluirDefinitivamente! Feliz por ter conseguido entrar! =)
ExcluirMassa demais, só um toque, Tortoise já veio para o Brasil algumas vezes. Acho que já tocou em SP umas três vezes, eu vi uma ai e uma aqui no Recife.
ResponderExcluirSe eu ver o GYBE ao vivo eu paro de ir pra shows por um tempo! hahahahah
Legal que tenha curtido! Fico feliz. Então, o Tortoise veio, mas na época, acho que eu nem sabia o que era post-rock. hahaha. O GYBE, é pra ficar uma semana de molho, repensando a vida... hahaha! Muito bom! =)
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